quinta-feira, 8 de julho de 2010
Palhaço
Há quem diga que isto de se ser palhaço deve ser sempre uma alegria do tamanho do mundo. E eu completo a frase com o seguinte: é uma alegria para o público, já que, grande parte das vezes, o palhaço também tem dores de cabeça, indisposições, contas para pagar, mau feitio e as demais consequências dos efeitos provocados por baixo daquela "pele pintada".
Mas é bom ser-se palhaço, é bom sentir que influenciamos os outros positivamente ou que, pelo menos, tentamos, seja em dia bom ou em dia menos bom, para nós, palhaços, e para os outros, não menos palhaços, embora noutros palcos.
Há décadas que visto o meu fato, umas vezes mais apertado, confesso, mas sempre pronto para entreter nos mais diversos meios, sejam eles um palco, uma rádio, uma televisão, um blog ou um outro foco de evidência qualquer, e não me faltam, é verdade.
No entanto, mesmo gostando do tal "foco", convém não esquecer que o mesmo palhaço tem muitas vezes vontade de despir o fato, de tirar a maquilhagem e vestir umas "calças de ganga" com o intuito de passar para o outro lado, o lado mais fácil, aquele em que se aplaude, se apupa ou se é completamente indiferente ao que o espectáculo tenta transmitir.
Isto de se ser palhaço não é assim tão fácil, mesmo quando a experiência se transforma na melhor das "muletas", mas, mesmo assim, com os tais altos e baixos, sinto que no dia em que me despedir dele, do outro eu, sentirei uma imensa falta de mim, principalmente quando estiver a contar as histórias que atestam uma grande parte da minha vida, a de palhaço, por gosto e convicção.
Há décadas que visto o meu fato, umas vezes mais apertado, confesso, mas sempre pronto para entreter nos mais diversos meios, sejam eles um palco, uma rádio, uma televisão, um blog ou um outro foco de evidência qualquer, e não me faltam, é verdade.
No entanto, mesmo gostando do tal "foco", convém não esquecer que o mesmo palhaço tem muitas vezes vontade de despir o fato, de tirar a maquilhagem e vestir umas "calças de ganga" com o intuito de passar para o outro lado, o lado mais fácil, aquele em que se aplaude, se apupa ou se é completamente indiferente ao que o espectáculo tenta transmitir.
Isto de se ser palhaço não é assim tão fácil, mesmo quando a experiência se transforma na melhor das "muletas", mas, mesmo assim, com os tais altos e baixos, sinto que no dia em que me despedir dele, do outro eu, sentirei uma imensa falta de mim, principalmente quando estiver a contar as histórias que atestam uma grande parte da minha vida, a de palhaço, por gosto e convicção.
Francisco Moreira
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8 comentários:
Claro que o outro lado é mais fácil.
Mas não é a mesma coisa...
Abraço
Acredito que o tal "fato" pode ser despido quando o quisermos e bem entendermos. Ele funciona comigo como um vulgar instrumento de trabalho que, depois de usado, põe-se na prateleira. Depois existem as máscaras (e não, não falaste nelas) e em relação a essas, é que tudo já é um pouco mais complicado. É que, por muito que queiramos pô-las de lado (no fim de um trabalho, por exemplo), uma outra vem substitui-la, isso conforme o novo "público" á nossa frente...
Resumindo, acredito que essas, as tais máscaras, é que são realmente dificeis de despir, pois são elas que nos defendem, que nos encobrem, que nos "desculpam", que nos tornam mais especiais do que aquilo que julgamos ser...
Em relação a ti, Francisco, penso que aquilo que te define como profissional e como pessoa (entre tantas outras coisas), é a transparência que pões em tudo o que fazes (profissionalmente falando) pois o teu "eu" está sempre bem presente para qualquer tipo de público, por muito que tu penses que não e, algumas vezes tentes não mostrar. (sorrisos). (Não penses que te estou a avaliar, ou outra coisa parecida, e desculpa se me desviei um pouco do tema)
Para terminar, acredito que o "homem de fato" é o mesmo "homem de calças de ganga" com apenas pequenissimas diferenças de maquiagem...
Abraço, e vê lá é se vestes uns calções e não umas calças de ganga! Está calor pá!
OLá, Caro Maurício, já tinha saudades de o ver por estas bandas, isto para não falar de outras... (risos)
Claro que o outro lado é mais fácil.
Abraço.
Olá Hélder!
Podes alongar-te o espaço que quiseres, adoro ler comentários, ainda por cima de pessoas que sabem o que dizem e escrevem.
Tens, logicamente, razão, inclusive am algumas considerações que me analisam.
Abraço, e obrigado pelos contributos.
Mozart foi criticado pelo Imperador da Áustria por ter colocado «notas a mais» numa composição de cravo... Ao que respondeu: «Oh, Majestade, dizei-me quais e eu as retirarei imediatamente!» Certo é que a composição ainda hoje tem as mesmas notas...
Quero com isto dizer que quem compõe a melodia na nossa vida somos nós próprios, com as notas que queremos, independente das notas que nos querem retira ou impor.
A melodia da tua pessoa não está no fato que usas, mas nas notas que tocas!!!
(Hoje sinto-me inspirado... hehehehehe)
Mozart foi criticado pelo Imperador da Áustria por ter colocado «notas a mais» numa composição de cravo... Ao que respondeu: «Oh, Majestade, dizei-me quais e eu as retirarei imediatamente!» Certo é que a composição ainda hoje tem as mesmas notas...
Quero com isto dizer que quem compõe a melodia na nossa vida somos nós próprios, com as notas que queremos, independente das notas que nos querem retira ou impor.
A melodia da tua pessoa não está no fato que usas, mas nas notas que tocas!!!
(Hoje sinto-me inspirado... hehehehehe)
É, Ricardo, andas inspirado!
Principalmente com recurso à história... (risos)
Se calhar, está na altura de abrires o teu Blog, não esquecendo, claro, de continuar por ca. É que gosto dos teus contributos.
Abraço.
A melodia da tua pessoa não está no fato que usas, mas nas notas que tocas!!!
(brilhante - risos)
Abraço, Ricardo.
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