terça-feira, 4 de maio de 2010

Cartolas & Fechaduras, SA

Hoje, com o desfile de mais uns milhares de "cartolas", entre saudades da vida de estudante e muito álcool, haverá lugar para mais uma série de desempregados ou, na melhor das hipóteses, lugar para mais uma série de empregos que nada terão a ver com os cursos tirados. Esta vida de Dr., nos tempos que correm, já não é o que era!
A porta do emprego tem uma fechadura cada vez mais estreita e estudar é uma forma de se ir mais tarde para o desemprego ou para o mercado de trabalho paralelo. Afinal, não há vagas para tanta procura, e a concorrência é feroz, inclusive junto das ocupações menos desejadas, menos recompensadas, em termos de salários.
Mas, mais logo, na altura do tal desfile das "cartolas", estou certo de que todos terão uma perspectiva (mínima!) em forma de sonho, em forma de "cunha", em forma de alternativa, embora, na verdade, muitas dessas perspectivas não passarão disso mesmo, de hipóteses por validar.
Onde pára a generalidade dos "cartolados" do desfile do ano passado? Não estarão por acaso a fazer algo que não imaginaram? Não estarão por acaso a engrossar as filas nos centros de desemprego?
Mas, se assim é, para que estudaram? Para que investiram tanto tempo? Para que serviu o dinheiro dos pais?
Bem sei que, estando ocupados uma série de anos, entre livros e copos, atrasam o processo de "lutar por uma vaga" quase inexistente. Bem sei que o governo não pode empregar todos na função pública, cada vez mais magra. Bem sei que mais vale serem "cartolados" do que "analfabetos", numa altura em que uma licenciatura nem sempre garante lugar como caixa num super-mercado.
Mas, no fundo, para que serve a "cartola"? Para tapar o sol nas infindáveis filas da procura de emprego ou para estar exposta em cima do "guarda-vestidos" das recordações?
Boa queima, quanto mais não seja para alimentar o sonho, mais alguns dias, e à custa do álcool que desinfecta o veneno de palavras como estas, as que para a grande maioria dos casos se transformarão numa triste e penosa realidade.

Francisco Moreira

2 comentários:

Não Sou... disse...

Completamente de acordo...
O grande problema é que toda a gente quer ser Dr e Eng e não dá para todos...
Provavelmente ganhavam mais em profissões técnicas...
Dou um pequeno exemplo de um carpinteiro que para fazer um movel para a parede queria 3000 euros... E na procura de preços mais baixos encontram-se mas não é assim tanto...
Abraço

FM disse...

Pronto, é isso! Vou para marceneiro, carpinteiro... Abrimos uma carpintaria, os 3?! (risos)
Abraço.

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