quarta-feira, 3 de março de 2010
Quando eu morrer batam em latas...
Quando eu morrer não quero que levem à letra a canção dos Xutos, mesmo sem esquecer que, na idade da parvoíce, cheguei a imaginar o meu próprio funeral com António Variações em som de fundo.
Que parvoíce! Sim, que parvoíce vir para aqui falar de morte, da minha morte! Pois, eu sei, mas, caso não saibam, tal como cada um de vós, também eu hei-de morrer um dia, só não sei é se me irá acontecer a auto-profecia que andei a anunciar, a tal do falecer aos 40... É que, por pura ironia, faltam poucos dias para lá chegar, muito poucos.
É um facto que a morte é algo triste, mais do que isso, é uma perda tremenda, principalmente quando nos bate à porta com anúncios inimagináveis, como aquele que me aconteceu, fez há dias 6 meses.
Mas, o que fazer? Temos que assumir que vamos morrer, que não são só os outros que velamos em funerais que partem, temos que aceitar que não somos especiais, uma espécie de eternos com poder sobre o comando da eternidade.
Hoje, provavelmente, e apesar desta escrita, tenho mais medo de morrer do que nunca, e, se calhar, nem é por mim, mas sim pelo receio de não poder amparar quem cá deixarei. Isso, infelizmente, foi-me ensinado à força com a partida da minha Mãe, e é um grande estalo, acreditem.
Por outro lado, se há algo que nem eu nem nem ninguém deseja é "ir morrendo", "ir sofrendo", "ir partindo", "ir cedendo"... E essa é uma outra imagem que me afecta, e muito, a de poder ficar "para aqui" a ver-me morrer sem poder "dar a mão", sem poder viver.
Mas, esquecendo tudo o que está escrito nos parágrafos anteriores, vivamos a vida, e com vontade, muita vontade. Afinal, segundo se consta, amanhã será dia de morrerem mais uma série de pessoas que, tal como eu, já pensaram nisto e, com o tanto que eu ainda tenho para fazer, certamente que não farei parte da lista dos "viajantes". Ou será que não é preciso bilhete pré-pago?!
Mas, o que fazer? Temos que assumir que vamos morrer, que não são só os outros que velamos em funerais que partem, temos que aceitar que não somos especiais, uma espécie de eternos com poder sobre o comando da eternidade.
Hoje, provavelmente, e apesar desta escrita, tenho mais medo de morrer do que nunca, e, se calhar, nem é por mim, mas sim pelo receio de não poder amparar quem cá deixarei. Isso, infelizmente, foi-me ensinado à força com a partida da minha Mãe, e é um grande estalo, acreditem.
Por outro lado, se há algo que nem eu nem nem ninguém deseja é "ir morrendo", "ir sofrendo", "ir partindo", "ir cedendo"... E essa é uma outra imagem que me afecta, e muito, a de poder ficar "para aqui" a ver-me morrer sem poder "dar a mão", sem poder viver.
Mas, esquecendo tudo o que está escrito nos parágrafos anteriores, vivamos a vida, e com vontade, muita vontade. Afinal, segundo se consta, amanhã será dia de morrerem mais uma série de pessoas que, tal como eu, já pensaram nisto e, com o tanto que eu ainda tenho para fazer, certamente que não farei parte da lista dos "viajantes". Ou será que não é preciso bilhete pré-pago?!
Francisco Moreira
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4 comentários:
É o que mais me assusta na VIDA...não por mim, mas pelos MEUS!!
Por isso, tal como dizes, aproveito os segundos preciosos para dizer o quanto gosto deles!!
Beijinhos
p.s-gosto muito de TI
E fazes muito bem, Mary, acredita!
Vive e Faz Viver, é o melhor que podes fazer.
Beijos com Imenso Carinho.
Tenho a leve ideia que essa música, com poema de Mario Sá Carneiro, é dos Trovante e não dos Xutos.
Andas deprimido?
Não, Ricardo! Mas conheço muitos que andam, e em demasia... Infelizmente.
Abraço.
Já pareces o Boucherie, mas eu gosto de aprender. (risos)
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