quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Corta e Cose
São muitos, ou melhor, inúmeros, aqueles que chegam a adormecer no remendar dos casos da vida, uns mais "rasgados" do que outros - é verdade, mas sempre de remendo em remendo, lá se "vai indo", como se todos fossemos costureiros da alma, da nossa, está claro.Mas, quando a vida é dos outros, aí é mais fácil, levando-nos a vestir a autoridade de potencial cozinheiro da poção mágica, em versão "se fosse comigo, eu fazia e acontecia".
Não há dia em que não nos lamentemos das linhas com que a vida nos cose. Mas, quando se trata de cozinhados, aí, damo-nos ao entretenimento de mudar rapidamente de divisão e "cozinhar" à custa dos ingredientes dos outros.
No fundo, usamos a "cozinha" dos outros para esconder os nossos "pontos-cruz", como se tal servisse para desvalorizar os "fiapos" que o nosso espelho reflecte.
No fundo, usamos a "cozinha" dos outros para esconder os nossos "pontos-cruz", como se tal servisse para desvalorizar os "fiapos" que o nosso espelho reflecte.
Nem sempre é fácil encontrar a melhor lã, mas daí a cuspir no "prato" dos outros, convenhamos, não é digno de elevação.
Em resumo, e exagerando, quando a vida é dos outros somos uns excelentes cozinheiros, com todas as receitas na ponta da língua. Mas, quando se trata da nossa própria vida, limitamo-nos a ser uns tristes costureiros, a quem nem o dedal salva de uma ou outra gota de sangue, desculpando-nos constantemente desviando a atenção para o "esturricado" de terceiros.
Cozinhar em cozinha alheia é sempre mais fácil do que coser com linhas desalinhadas, seja qual for a manta de retalhos que utilizemos como "toalha de mesa".
Em resumo, e exagerando, quando a vida é dos outros somos uns excelentes cozinheiros, com todas as receitas na ponta da língua. Mas, quando se trata da nossa própria vida, limitamo-nos a ser uns tristes costureiros, a quem nem o dedal salva de uma ou outra gota de sangue, desculpando-nos constantemente desviando a atenção para o "esturricado" de terceiros.
Cozinhar em cozinha alheia é sempre mais fácil do que coser com linhas desalinhadas, seja qual for a manta de retalhos que utilizemos como "toalha de mesa".
Francisco Moreira
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
- FM
- Portugal
- Sempre algures entre o hoje e o amanhã, sem esquecer a memória.
Música Anos 70, 80 e 90
Escrito por uma Deusa e um Sonhador... em nome de um Ângelo
6 comentários:
A quem o dizes... (risos)
Abraço
Se o dizes, quem sou eu para discordar!? (risos)
Abraço.
Penso que o ser-humano tem sempre, sem excepção, o "remendo" para o seu problema. Ele sabe sempre o que "cozinhar", mas, muitas vezes, foge á confecção do tal "prato" porque á partida, ele parece ser impossivel de ser preparado. São tantas as condicionantes, e tão dificeis as quantidades de temperos, que ele prefere ignorá-lo a correr o risco da "intoxicação"... Claro que, para quem está fora da cozinha, tudo é muito simples (basta seguir a receita" (risos)...
Abraço, Francisco
Pois, é mesmo isso, Hélder Ferrão.
Abraço.
Gostei muito deste post!
Eu acho errado expressarmos o que faríamos na situação de outra pessoa, porque somos todos diferentes, com experiências e saberes diferentes! Estamos em diferentes níveis de crescimento, deixemos que o outro cometa ou não os erros que precisa para evoluir! Se eventualmente fossemos o outro e tomássemos a atitude mais correcta, tanto melhor para nós! Mas, ninguém sabe que "lições" o outro veio a este mundo para aprender! A tolerância é a resposta correcta, não só por respeito ao outro que não é menos que nós por cometer erros, mas porque também nós somos humanos e podemos mais tarde cometer o mesmo erro!
it's always easier said than done!
O meu único desejo é que a pessoa consiga aprender com os seus erros, pois dói muito quando batemos com a cabeça na parede vezes sem conta até aprender algo...
bjinhos ;)
Parafraseando-te:
It's always easier said than done!
Big Kiss, Macaw.
Enviar um comentário