sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Mas, há quem diga que a pensar...

Os erros que cometemos e vemos cometer a todo o instante estão a levar-nos para um isolamento perigoso, para um afastamento exagerado. Cada vez se confia menos, cada vez se pensa mais em tragédias, crises, dor e tudo o que seja negativo.
O pior mesmo é não encontrar respostas para tais comportamentos ou justificar cada "erro" com o stress e a desculpa da competitividade exacerbada.
Lá chegará o dia em que teremos saudades dos enormes laços de amizade, do "emprestar da camisola", do dar sem pensar no receber, do convívio à "soleira da porta", do sal emprestado ao vizinho, da conta do café não dividida, da paragem do autocarro em forma de novela, do "olá" com assinatura...
O egoísmo está a brotar a uma velocidade virtiginosa com a desculpa de que queremos continuar a ser "poucos mas bons", "poucos mas amigos de sangue", "poucos mas famíliares de verdade"...
Parece-me que estamos a cometer um erro enorme, mais ainda quando vivemos na tal da sociedade da comunicação e informação.
Por vezes até parece que mudamos o hino para "pelo conforto, marchar, murchar".

10 comentários:

Elisabete disse...

engraçado este comentário, quando ainda hoje pela tardinha falava precisamente deste afastamento do ser humano, que se torna cada vez mais racional e menos emocional. dando importância a aspectos mais superficiais da vida.

FM disse...

Pois... Tenho o dom de "ler os pensamentos" dos outros... (risos)
Bom trabalho... Já não te via por cá há muito tempo... Tinha saudades de te ler.
Beijos.

Fernando Vasconcelos disse...

Concordo consigo Francisco. Porém acho que o problema nem está tanto na competição mas sobretudo na forma como a fazemos. Acho que competir é natural para o ser humano e faz parte da "humanidade". O que para mim já não faz parte desse conceito é algo que já disse também algumas vezes e que é fazê-lo a todo o custo e de todas as formas. Há principios acima disso. COmo dizia Pierre de Coubertin "O importante é participar ... a vitória é mesmo só contra nós próprios". Nem sequer é uma questão de racionalidade. É uma questão de fazer mal as contas. Porque no fim do dia se realmente fossemos racionais rapidamente chegariamos à conclusão que os comportamentos de isolamento, de exacerbada competição não nos levam rigorosamente a lado nenhum a não ser ao verdadeiro insucesso.

Ka disse...

Gostei do teu texto mas vou ter de me conter a comentar pois este tema daria "pano para mangas"!!!

Mas conto-te um coisa engraçada que ilustra muito bem para onde cvaminha a nosssa sociedade. Há cerca de 10 anos fui para Madrid ajuda a abrir a importação de uma marca de alimentos para cães que pertence a um grupo francês. Antes de irmos para lá fizeram-se vários estudos de mercado acerca do número de animais de estimação. a conclusão foi uma coisa extraordinária: se por um lado o espaço de habitação per capita está a diminuir, ao contrário do que se previa o número de cães está a aumentar!!
E Isto acontece porquê? É muito simples: as pessoas estão cada vez mais egoístas e individualistas e como tal a forma mais cómoda de suprirem as suas carências é terem um animal de estimação que não pede nada em troca do afecto que dá. Está lá quando o dono chega a casa e mesmo que o dono esteja mal disposto ele continuará comtente por o ver e far-lhe-á uma festa enorme assim qe a porta se abrir! Qual o retorno que o ser humano tem de dar ? Nenhum pois não tem de dar a mínima justificação acerca dos seus egoísmos, do seu modo de vida, dos seus horários, etc...

Penso que este exemplo ilustra bem o caminho por onde a sociedade está a ir

Beijinho e um excelente da!

ps - ups...afinal foi testamento na mesma

Olá!! disse...

Já não me lembro de receber uma carta,escrita à mão...é de facto curioso a nostalgia que algumas situações da vida moderna nos provocam... isto para não falar de afectos... não saia mais daqui...

paulofski disse...

Tens toda a razão Francisco, nós mesmo sem nos dar-mos conta contribuimos para que assim seja.
"É a vida", encolhemos os ombros e continuamos o nosso destino. Mesmo assim, por vezes a nossa desconfiança é justificada pelo receio, pelo desconhecido, pelo medo. Como dizes esta sociedade está cada vez mais competitiva e isso não dá lugar ao tempo.

liamaral disse...

Concordo que o nosso egoismo nos esteja a levar para um caminho sem retorno em relação a certos relacionamentos, mas também acho, que aqueles que queremos realmente manter, têm o nosso esforço para tal! Podemos é não fazer as escolhas mais acertadas!
Há que saber em quem "gastar" as nossas tão preciosas energias!
Beijo

macaw disse...

pois é! também concordo!

porém, o estilo de vida que levamos hoje em dia quase não nos deixa tempo livre para cultivarmos o amor e a amizade entre nós! é preciso ter disponibilidade horária e emocional para estarmos com os outros. saber gerir o tempo e os problemas que temos no dia-a-dia é importante mas nem sempre fácil. quando o trabalho, os meus problemas pessoais ou até mesmo o tempo que passo aqui a ler e a escrever me ocupa o tempo, sinto-me culpada, porque durante esse tempo não pensei na minha irmã que se encontra com cancro. tento apoiá-la mesmo à distância, mas nestas situações parece que nada nunca é suficiente! :(

vida complicada... ou como diz a Óla, coisas de vida...

MIMO-TE disse...

Bem!!!!! Estou a adorar :)) Que posso dizer? Só acrescento sejamos tolerantes!

Bjo
Mimo-te

BlueVelvet disse...

Olha Francisco,
isto é um ciclo vicioso:não sou daquelas pessoas que se fecham a novas amizades. ou que dizem que já não têm idade para fazer novos amigos.
Mas tenho apanhado cada desilusão...
E mesmo assim, continuo a acreditar.
E olha, quanto àquilo que a Olá disse, da saudade das cartas escritas à mão, eu também tenho, e por isso, no Natal envio cartões de Boas Festas para todos.
Muitos respondem por mail, outros pelo telefone, outros nem isso.
A esse vou-os eliminando da lista.
Vamos ver daqui a uns anos quantos sobram.
Isto vai mal de afectos.
Beijinhos e veludinhos

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