domingo, 14 de abril de 2013

“Tarzan”



Estou em crer de que o primeiro super-herói que tentei interiorizar como sendo real e possível de copiar, apesar de viver numa selva a preto e branco trazida pela RTP, foi o Tarzan.

Sim, eu sei que estou a cometer um erro enorme ao afirmar que o Tarzan era um super-herói quando, na verdade, ele não tinha capa nem fato especial, mas sim uma espécie de cuecas rasgadas.

Naquela década de 70, certamente que muitos, tal como eu, tentaram imitar aquele grito inconfundível. E como eu o treinei, ao grito. Sim, imitei-o vezes sem conta, e penso que me aproximei imenso do original, por mais ridículo que fosse abrir os pulmões e emiti-lo, principalmente fora das quatro paredes onde a televisão mo apresentava, semana sim, semana sim.

O Tarzan não era um super-herói de desenhos animados, pelo contrário: era mais do que o Super-Homem, era muito mais do que o Homem-Aranha, era mais do que todos os outros com quem me cruzei ao longo dos anos.

Sim, o Tarzan existia, e existia mesmo, mesmo que vivesse numa selva distante, porventura numa Amazónia qualquer, daquelas onde só se chegaria de hidroavião e se, quando lá chegássemos, saltássemos de paraquedas.

E, dissessem o que dissessem, o Tarzan era o homem mais forte do mundo. E mais interessante do que isso: para ser o mais forte do mundo, e para derrotar todos os maus que lhe pudessem aparecer pelo caminho, ele era de carne e osso, não necessitando de roupas especiais e muito menos de adereços ou qualidades mágicas para conseguir os seus fins: salvar o mundo, mesmo que esse mundo fosse tão só aquela selva distante. (quantas vezes imaginei que o pinhal perto de minha casa seria um bom local para o Tarzan, mesmo sem o ser)

Por outro lado, e pensando melhor, acho que o Tarzan não era um super-herói. Era apenas um homem normal, que se perdeu de casa, quando, eventualmente, foi comprar tabaco, e que tinha o dom de resolver os problemas saltando de árvore em árvore, e pouco mais do que isso.

Contudo, mesmo perante essa verdade incontornável, a de que o Tarzan era apenas um homem mais forte do que o normal, hoje, em “homenagem” a essas inúmeras horas que passei (passamos) em frente à televisão a apreciar os seus feitos, investido de poderes inexistente, estabeleço que o Tarzan era um super-herói, ou ainda melhor, foi o super-herói dos super-heróis, pura e simplesmente porque não precisava de poderes especiais para fazer tudo o que os outros super-heróis faziam, ponto.

Não, não vale a pena contra-argumentarem, pelo menos por agora. (sorrisos)

Kiko

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