segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Equilíbrio

Há quem diga, e eu assino por baixo, que o equilíbrio dos seres humanos depende de vários factores, inclusivamente dos efeitos colaterais que, de quando em vez, lá vão funcionando como uma espécie de vendaval, tentando destabilizar o que e quem assenta em vértices devidamente incutidos, profundamente enraizados.
E se assim é, assim deve ser, sempre. Quanto mais não seja para que o equilíbrio físico e emocional, acima de tudo e de todos, seja uma razão de vida, um caminho que se auto-exige recto, independentemente das "partículas" com que a vida nos vai "testando".
Especialmente para quem, porventura, se sinta menos equilibrado, recomendo paz interior, aquela a que tantos outros apelidam de consciência. É que mais do que dizer ou pensar, para se conseguir o verdadeiro equilíbrio, é preciso sentir-se, ou melhor, senti-lo.
Francisco Moreira
domingo, 30 de janeiro de 2011

Puzzle

A vida, afinal, é tão simples, tão simples! E passamos nós os dias a complicá-la, a arranjar maneiras de, alegando exactamente o contrário, adicionar cada vez mais condimentos complicados de gerir, quanto mais não seja, julgamos (!), para lhe dar sabor, à vida, que, por muito que nos convençamos do contrário, nunca chega a ser o que sonhamos, quando éramos crianças.
Sabor a vida - assumamos (!) - é ver a simplicidade do ser criança, a vontade de viver o instante sem olhar a pormenores laterais, resolver as questões mínimas com um simples e objectivo avançar... Mas nós, crianças crescidas, continuamos a teimar em brincar às "coisas sérias", como se, com isso - esse "ser-se sábio", pudéssemos obter mais sorrisos e melhor prazer do que aqueles que vemos e "invejamos" nas crianças, aqueles seres que até podem não saber "nada" mas que o sabem ser, e de verdade...
Eu sei, eu sei que esta tese daria "pano para mangas", principalmente no "contraditório", bastando, por exemplo, sacar dos "créditos e débitos" dos dias, que alteram substancialmente os estados de espírito, que condicionam, e muito, as "brincadeiras", fazendo com que o nosso "parque infantil", o dos "crescidos", mais pareça uma "montanha Russa"... Mas, e daí?! Será que, mesmo com as "fichas" que a idade nos faz desembolsar, pelo menos tantas quanto possível, não poderíamos deixar de lado o "carro e a casa" e trocá-los por um qualquer outro "puzzle", daqueles que, mesmo sendo de cartão, geram sorrisos, inclusive quando as peças parecem não se quererem encaixar?
Francisco Moreira
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Tertúlia

Raramente aceito, em vão, ter conversas comigo mesmo, daquelas com abraços e puxões de orelhas, com perguntas e respostas, daquelas com mais do que o trivial "pensar", daquelas conversas com tudo e com nada, mas com vontade, com convicções, com decisões. Embora, apetece-me dizê-lo, sejam poucas as vezes em que aprecio "defrontar-me", ao tipo de "Gladiadores", daqueles que usam todas as armas, embora assente na correcção, há alturas em que lá me encontro comigo, sendo que o Eu tem um outro Eu, um que me defende e outro que me questiona.
Não, nestas disputas, não é permitida a entrada de terceiros, por maior que possa parecer a "colher". Limito-me a lançar os temas, a ouvir e a falar, a justificar e a pôr em causa, limito-me a fazer contas à vida, e a tudo o que a envolve, a minha, claro.
Com isto, também há que dizê-lo, não significa que vá a uma espécie de confessionário, nem tão pouco entrar num ringue, onde o meu bom se gladiará com o meu mau. Nada disso.
Aligeirando o teor deste "post", na verdade, quando tenho estes reencontros comigo, basicamente, chamo-lhe tertúlia, um espaço temporal sem horário limitado, no qual me avalio e avalio o que me rodeia, de maneira a cimentar quem sou e quero ser, com recurso aos ajustes que esta troca de galhardetes, no final, nos impuser, a mim e a mim, com o acordo de ambos, num só.

Francisco Moreira
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Inocência

Não, não me vou referir aos Bebés "Índigo" e às demais conjecturas que, pelo que se consta, ajudarão a transformar este planeta num mundo melhor, em termos de princípios e, já agora, de fins, enquanto seres humanos, que, pelos vistos, somos. Mas sou crente, crente numa nova geração de valores, numa nova "maternidade" de seres que, se vier a acontecer, limpará de vez - espero e desejo, estas nódoas com que nos poluímos nos dias que correm, há anos, há décadas...
Acho mesmo que esses novos seres, muitos deles já em acção, nos obrigarão a passar, um a um, por uma espécie de máquina de lavar (por dentro, principalmente), com recurso a um forte e intransponível detergente, daqueles que, acredito, nos obrigarão a voltar ao "zero", àquela inocência que, mesmo sendo-a, fará com que, a partir desse momento, as nossas acções sejam mais puras, mais sinceras, autênticas.
"Multas"? "Expulsões"? Certamente que também haverá lugar para ambas, mas, mesmo assim, estou em crer que seremos salvos, inclusive de nós próprios, se efectivamente o quisermos, se efectivamente o pudermos.

Francisco Moreira
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Delírios

Estamos na era dos delírios, muito graças ao, acredito, excesso de informação e desinformação com que somos abalroados no nosso caminho, aquele que deveria ser de procura de equilíbrio, aquele que deveria ser de concórdia e confiança. E, com isto, não me quero referir a um tema específico, acho que se delira por tudo e por nada, provavelmente por se acreditar em tudo e não se acreditar em nada, sempre ao sabor do vento, ao sabor dos noticiários, vindo eles de meio vierem: televisões, jornais, etc. E, em parte, compreende-se o porquê de se viver, cada vez mais, numa amálgama de confusões, da mais variada ordem, na tentativa, acrescente-se, de fugir à desordem, ao racional, ao correcto, ao que deveria ser. No fundo, queremos fugir aos delírios, sem nos apercebermos que, tantas vezes, somos o próprio, mesmo não o desejando, mesmo tentando evitá-lo.
O delírio gera perigos, gera coisas do "arco da velha"... E nós, vítimas ou retransmissores de delírios, porque também somos vírus de "transporte colectivo", acabamos por, infelizmente, ser o melhor meio para os propagar, aos delírios, mesmo julgando que os estamos a evitar ou, porventura, a combater.

Francisco Moreira
terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Toque



É nas salas de espera, neste caso de uma clínica, com umas 20 pessoas, que, de repente, o pensamento pode, automaticamente, virar-se para um lado oposto àquele que nos leva para aquele espaço. Sim, refiro-me ao tocar de um telemóvel, e mesmo num espaço onde não se vêem aqueles "autocolantes" que tentam impedir que o som alheio incomode alguns, muitos ou todos. Refiro-me, sim, ao toque, ao toque especial de um telemóvel normal, um toque e "retoque" que, acreditem, não deixou ninguém indiferente, um toque que retirou peso a todos os exames, resultados de análises e... por aí fora.

Mas, afinal - perguntam todos em coro, que bizarrice é esta que merece um "post", que merece que lhe dedique algumas das células que "escravizo" de cada vez que cá venho lançar uns "bitaites"?! Bem, esperem mais um pouco. Permitam que diga que, nos meus sucessivos telemóveis, ainda não aderi a canções nem a toques intitulados diferentes, provavelmente por, amiúdas vezes, ter tido a oportunidade de ver o ar incomodado, para não dizer envergonhado, de muitos que optaram por ser "radicalmente" diferente.

Ora bem, estava eu a ler a página 3 do gratuito "Oje" quando, naquela sala imensa, decorada com estilo, composta por muitos "fatos e gravatas" e "maquilhagem de fino recorte", ouço o toque de um telemóvel que era, nada mais nada menos, do que o som que anuncia ou inicia as Corridas Tauromáquicas. Isso.

Como facilmente imaginam, durante largos 30 segundos, todos os olhares "scanearam" a sala, à espera de ver com os seus próprios olhos quem tinha escolhido aquele toque tão, tão... Bem, depende das perspectivas, mas, para mim, é, no mínimo, estranho.

Claro que, dos olhares, passou-se logo para os pensamentos, principalmente daqueles que, como eu, são contra esta tradição. Outros, provavelmente, tiveram vontade de rir à gargalhada, sem o fazer, claro, e, porque não (?!), certamente que também houve quem tivesse vontade de pedir o toque "emprestado".

Em resumo, e esquecendo o toque, por mais que tentássemos fazê-lo, lá estivemos a ouvir a conversa entre o dono do toque e o seu interlocutor, na esperança de que, ao menos, aquela conversa pública, não se transformasse numa tourada.

Francisco Moreira

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Via-Lenta

Provavelmente, quando chegar à idade, se é que a há (!?), de ser classificado como "condutor de Domingo", vou tentar que as autoridades deste nosso País criem uma via - tipo ciclo-via - para condutores como os que vou apanhando pela frente, principalmente em horários que não são de ponta, embora, com esta "mistura de horários laborais", convenhamos, ninguém pode dizer com toda a certeza de que há horas de ponta.
No funco, nessa altura, a do: "- Até parece que vais trabalhar!", gostaria de conduzir mas sem atrapalhar, minimamente, assim ao ritmo de passeio, que, concordo, também deve ser aprazível, principalmente depois de se ter lavado o carro. (sorrisos)
Ainda ontem, em hora de ponta, para mim, não consegui ultrapassar a urgência da minha pressa, graças às "horas de relaxe" de tantos condutores que, no quentinho das suas viaturas, lá circulavam a 10 km/hora, isto sem esquecer os que paravam para decidir (provavelmente com "moeda ao ar") se lhes apetecia ir para a esquerda ou para a direita - e isto não é nenhuma boca eleitoral (!), querendo eu, e tanto, ir em frente, e depressa, depressinha.
Claro que, depois de se chegar ao destino, com mais ou menos minutos no relógio, tudo passa, tudo se esquece, até ao próximo "Domingo", aquele dia que, bem vistas as coisas, pode ser também ser chamado de 2ª ou 5º Feira, dependendo do trânsito, ou melhor, do que nos impõe o relógio.
Francisco Moreira
sábado, 22 de janeiro de 2011

Grão

Podem ser raras as vezes, mas todos nós, em determinados momentos, perguntamo-nos pelo paradeiro das chaves que podem e deveriam revelar certos mistérios, as chaves das respostas para certos "porquês"... E, muito provavelmente - especulando, é nesses "desconhecer sem volta a dar-lhe" que está o tempero da vida, o tentar perceber, o tentar entender, o tentar saber...
Quem nunca pensou no porquê "d'isto ser assim" e "d'aquilo ser assado"?! Quem nunca se fez as perguntas: "Onde estou e para onde vou?!", apesar de, instintivamente, todos pararmos de procurar as tais respostas porque, nos entretantos, lá surge um ou outro pormenor, provavelmente sem grande importância, que nos faz remeter, num ápice, tudo aquilo - que até pode ser o mais importante - para trás das costas?!
Na verdade, julgamos todos, será o tempo a ensinar-nos o porquê de determinados passos, o porquê de ter que "ser assim", o porquê de não termos que saber "tudo e mais alguma coisa" no tempo pretendido, isto para não recorrer ao mais fácil, ou seja, afirmar que, é depois de partirmos, de vez, que nos é dado o tal molhe de chaves que nos abre definitivamente o mundo, aquele pedaço de terra e gente do qual somos um grão, mais um grão, ou nem por isso.

Francisco Moreira
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

UM

Em alturas de eleições, sejam elas mais ou menos "determinantes", tenho esta "mania" de incitar ao voto.
E, hoje, no último dia de uma campanha que, no fundo, quanto a "coelhos da cartola", exceptuando a entrevista do "candidato ao poleiro", pouco trouxe de novo, hoje - dizia, faço questão de provocar aqueles que alegam que "não vale a pena", que há coisas mais interessantes para fazer num Domingo, frio.
Sim, não é afirmando que "são sempre os mesmos", mesmo podendo ser, que se mudam as coisas, não é "desertando" do direito e do dever cívico que é ser-se cidadão, em pleno. Cidadão é aquele que tem palavra activa e que, mesmo achando que ela "pouco vale" - dadas as circunstâncias, assume, com actos, o seu papel, de ser UM.
Por isso, Domingo, votem em quem a vossa consciência determinar, inclusive em branco, se caso for, mas não votem na abstenção. Porque, pior do que não participar no mudar ou continuar das "coisas" é relegar para outros o (nosso) ser-se UM.
Querem mesmo que sejam os outros a decidir por vós?! Acham mesmo que são as "conversas de café" que definem e decidem quem nos representa, a cada UM?!
Francisco Moreira
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Charco

Por vezes, mesmo contrariando as minhas convicções e vontades, sento-me e fico quieto, aqui e ali, naquele canto dos instantes, naquela curva da "prova dos nove"...
Fico mais ou menos discreto, mais ou menos atento, mais ou menos curioso... E fico, principalmente porque é necessário observar as acções e reacções de terceiros, principalmente quando os desfechos fogem velozmente dos factos ou são invertidos, transformando-se, quase por milagre, numa espécie de tábua de salvação, sem se tentarem salvar, o mínimo exigido em função dos danos... Ao ponto de, em função do que me é dado a ver e sentir, ao momento, e sem actos públicos em contrário, ter (eu!) que reavaliar as minhas próprias acções, principalmente quando se propagandeia o que não fui nem sou, gerando, sem medir consequências, um sentir penoso, permitindo que se inflame ainda mais graças às suas nuances.
Por vezes, sem me agradar, minimamente, lá tenho que agir, lá tenho que erguer as palavras, recordar quem sou e como sou, principalmente quando as cicatrizes são profundas, principalmente quando o pedregulho atirado para o charco de um nome honrado parece querer fazer crer que todas aquelas (tantas) gotas saltitantes continuam a expandir-se num efeito dominó que, no mínimo, e por mais injusto que o seja, ao menos, serve para que se aprenda a valorizar ainda mais o que e quem temos, certos de que isso, sim, isso somos nós.
Francisco Moreira
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Nada

Acho uma tremenda piada a esta imagem, mesmo. Deve ser do tempo, assim para o "todas as estações do ano"... (sorrisos)
E estou para aqui a tentar perceber o que ela me "pede" - a imagem - para a poder legendar em termos de pensamento, como sempre faço, há já vários anos, "religiosamente", caprichosamente, tal como a vida.
Para quem não sabe, é curioso mas, normalmente, é escolhendo uma imagem e publicando-a que dou inicio aos meus "Post". Sim, ao contrário da grande maioria, dou sempre inicio a este prazer de escrever com a escolha de uma imagem, sempre sem pensar no que irei dizer, sobre o que irei conjecturar, faço-o pelo instinto, pelo simples gesto de tentar fazer jus ao que, desde o primeiro dia, neste meu "cantinho", escrevi "lá em cima", por baixo do "Essências", ou seja, escrever ao sabor do instante.
Na verdade, e voltando ao ponto de partida, confesso que das 4 ou 5 olhadelas que direccionei para esta imagem - esquisita, baça, sem grande relevo ou aparente interesse, além dos sorrisos de várias cores que já me fez despertar, acho que, desta vez, vou limitar-me a deixá-la, à imagem, falar por si... E, já agora, se alguém se quiser dar ao trabalho de reparar melhor nela, na imagem, espero que, envolto pelo mistério que ela possa gerar, aproveite o tempo despendido para tentar retirar algo de útil em termos de resposta. Isto, claro, para quem procura respostas.
É que, ao contrário do que tantas vezes se diz, nem todas as imagens valem por mil palavras, mas, neste momento, à custa desta imagem - que me apareceu do nada, estou a lembrar-me de algumas palavras "originais", daquelas que tanto dão para a lágrima como para o sorriso, dependendo do lado em que se está. Ou seja, provavelmente, nesta amálgama de "nadas", pensando melhor, se calhar, já nem a imagem se safa.
Francisco Moreira
* Aproveito para dedicar este texto "vazio" a todos os Blogers que, tantas vezes, deixam de escrever pura e simplesmente porque não sabem por onde começar ou, inclusive, porque têm vontade de escrever mas, em determinados momentos, não lhes ocorre sobre o quê. Com vêem, é possível pegar no nada e escrever muito, ou nem por isso. (sorrisos)
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Silêncio...

Hoje, estou calmo.
Tento saborear o silêncio do pensamento...
E brinco com o meu filho, certo de que honro o seu nome.
Tudo o resto é "ruído".
Francisco Moreira
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

...

Há nós que ficam para sempre. Chamam-se Saudade.

Pormenores

Há imagens que não necessitam de grandes comentários. E, neste e noutros casos, não custa assim tanto provocar o olhar daqueles que podem sorrir à custa de uma imagem - vamos chamar-lhe - diferente.
Quem é amigo? (sorrisos)
Francisco Moreira

(in)Descartável

Não há nada como a amizade. E não vale a pena argumentarem o contrário. Baterei na tecla, espero, até partir, de vez.
A amizade é das coisas que mais prezo, é dos maiores investimentos que faço, e desde tenra idade, mesmo quando aparecem os "boom" da decepção, mesmo quando peco pela ausência, quando não estou tanto quanto quero estar, mesmo quando me engano. Sim, também me engano!
Sou daquelas pessoas que investe na Amizade pelo investir, sem esperar grandes ganhos, ou melhor, limito-me a desejar aprender, a objectivar abraços, dos sentidos, limito-me a desejar ter a oportunidade de poder ser feliz com a felicidade dos outros, e isso sabe tão bem!
Mas, pelo que se consta, anda-se a trocar a amizade - ou a chamar amizade - a algo que pouco mais é do que ser "politicamente correcto" enquanto valer a pena, numa espécie de amizade em "part-time", como se algo tão valioso pudesse ser uma espécie de puzzle descartável.
Francisco Moreira
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

- Empanturrem, empanturrem-se.

Investindo-me de poderes que não tenho, declaro o dia de hoje como o dia em que se deve distribuir guloseimas indiscriminadamente, mesmo junto dos mais "azedos", dos que temem que façam mal e, já agora (!), àqueles que dizem que tal pode ajudar a engordar.
Vá, aproveitem os minutos do hoje e distribuam abraços, beijos, carinhos, alegria, felicidade e todas aquelas coisas que fazem parte do Ser-se Gente mas que, devido à tanta "contra-informação", são distribuídos a conta-gotas, como se tal fosse uma espécie de pecado.
Francisco Moreira
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Giros e Ridículos

Olhando para trás no tempo, chego à triste conclusão de que me fartei de dar "prendas de lixo" a muita gente, da qual estimo uma grande parte, ainda hoje. Pessoas que, certamente, aquando da recepção daquelas minhas "lembranças", devem ter pensado qualquer coisa deste género:
- Para que quero eu isto?!
Mas, pelo cuidado de serem simpáticamente correctas, ter-me-ão respondido o seguinte:
- Que giro. Muito obrigado, vou tratar com imenso carinho.
Para tirar este peso da consciência, assumo, abasteço-me com o facto de, também eu, também todos, todos ter-mos estado vezes sem conta do outro lado, o do receptor com "cara de parvo".
Mas, por que carga de água gastamos dinheiro, e por vez muito, em artefactos que merecem ir directamente para o lixo?!? Daqueles que não servem para nada e que, no máximo, gerarão duas situações: um sorriso na recepção e o pensar em como se livrarem disso, o quanto antes, e sem que ninguém se aperceba?!
É, lembro-me principalmente das viagens entre "Benidorm" e "Bangkok", passando por "S. Paulo" e "Punta Cana", de onde trouxe tantas "lembranças", muitas delas ainda estacionadas nos "arrumos" lá de casa, sem terem cumprido a sua missão, a de "registar" que, àquela distância, nos lembramos de alguém, porque sim.
Hoje, quando olho para esta "tralha", embora comprada com carinho, pergunto-me: - Onde estava eu com a cabeça para ter comprado tanto por tanto para resultar em tão pouco, pelo menos no que diz respeito à utilidade?!
Estas "prendas de lixo" fazem-me lembrar aqueles adereços que se dão aos noivos em despedidas de solteiro, adereços que passam de giros a ridículos em menos de 24 horas e que, ainda por cima, ficam sempre "encrostados" à assinatura do personagem, aquele que se lembrou de os escolher.

Francisco Moreira
terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Tempo de Antena

Por estes dias, tenho andado a ouvir os "tempos de antena" afectos às "Precidênciais 2011", aquelas que nos levarão às escolas para colocar um "pepelinho" dentro de uma urna, com o objectivo de escolher um árbitro para o actual e próximo governo.
Não, não vou fazer campanha, nem tão pouco revelar para que lado tombará o meu voto. Prefiro opinar sobre aqueles minutos em que, cada candidatura, pode dizer o que quiser, tentando "vender a sua publicidade", porque, quanto a ideias, pelo menos para já, tenho ouvido muito poucas. (também, e há que sublinhá-lo, são eleições para escolher um presidente e não um governo)
Cá para mim como - imagino - para a maioria dos Portugueses, estes "tempos de antena" são uma verdadeira "seca", ao ponto de, a mesma grande maioria, "passar à frente", como se aqueles minutos fossem uma espécie de "ruído".
O que fazer então? Ou melhor, o que deveriam fazer os responsáveis pelos "tempos de antena", independentemente do "esquerdismo", "centrismo" ou "direitismo"?
Não sei bem, mas arriscaria em recomendar que, pelo menos, fizessem chegar a sua mensagem ao povo, coisa que, por muito que tentem, nestes moldes, não conseguem, mesmo.

Francisco Moreira

Voz da Solidão

As nossas ruas andam lotadas de gente sozinha, daquela que tem 5 mil amigos.
Farto-me de ler rostos que andam a deambular pelos becos de "outras histórias", vestidos de um "cinzento-não-me-toques".
E, não, nem toda a falta de cor se prende exclusivamente com problemas trazidos pela tal "crise". Refiro-me aos tantos que sentem falta de vida, falta de gente, mesmo neste mundo do: "todos mais perto de todos", que a globalização fomenta virtualmente.
Incomoda-me, e muito, assistir ao olhar vazio de quem gostaria de ver e ser mais além, de viver (mesmo!) naquele metro quadrado que, tantas vezes timidamente, pisa. Sim, naqueles centímetros que chegam a estar mais distantes do que os outros do outro lado do mundo, e que, noutros tempos, não precisavam de "banda larga".
Há cada vez mais solitários que já não "sabem" viver naquele metro quadrado onde as coisas acontecem mesmo, sejamos um "zero" ou não, à esquerda ou à direita.
Incomoda-me imenso sentir que há tantos ímpares rodeados de milhares sem encontrarem pares, e muitas das vezes por falta de "visão", algures naquela desculpa enferrujada de quem já levou muitos "estalos" dos outros, dos "vivos"... E que, talvez por isso - e por ser mais fácil, prefere ser invisível na rua das quedas e visível na "web" dos sonhos, onde as surpresas são menores e os estalos doem menos...
Faz-me confusão, ainda mais hoje, com todas estas "ofertas", com todas estas oportunidades, com todas estes "truques" (simples), que nos permitem chegar a todo o lado, a toda a gente, acabar por se estar, afinal, cada vez mais só.
- Já repararam que há cada vez mais solitários, sem se aperceberem de que o são?!
- Estarei com isto a dizer que os solitários somos nós?
Que parvoíce! Temos familiares, amigos, conhecidos, para não falar do "Facebook"... Até somos o "Rei" do café!
É, mas sem dar por isso, ano após ano, vamos perdendo os brilhantes da "coroa", trocando-os por "enfeites" virtuais, e, sem nos apercebermos, deixando cair os abraços e a voz....

Francisco Moreira
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Balas e Medalhas

Os sorrisos de outrora andam, cada vez mais, a transformar-se em "ranger de dentes". Dizem que tal tem a ver com a luta constante, aquela que é associada aos dias que correm, pelos vistos feitos quase exclusivamente de batalhas sem fim, numa selva nunca vista, vestida da cabeça aos pés com as "balas" e "medalhas" de um percurso feito de desconfianças.
É a vida - grita o coro dos alinhados.
Quem não vai à guerra, morre. Quem vai à guerra, também morre.
Mas, se assim é, poderíamos, ao menos, mesmo entre "inimigos", sorrir, não acham?!

Francisco Moreira

sábado, 8 de janeiro de 2011

Ironia Dourada

A propósito da notícia do dia, que milhares de páginas oferecerá gratuitamente à imprensa cor-de-rosa - e não só, apesar de serem páginas bem cinzentas, apetece-me levantar uma questão:
- Estará na moda "netos" apaixonarem-se por "avós" e, com eles, brincarem a jogos sexuais a troco de algo mais, ou o amor tem mesmo destas coisas, por mais bizarras que possam parecer ao comum dos cidadãos?
Não conheço pessoalmente nenhum dos envolvidos, nem quero tecer grandes considerações sobre factos que, pelo menos para já, registam uma morte, um castramento e um suspeito de homicídio, todos com direito a destaque nos próximos dias, em versão "worldwide"... Mas, e pegando apenas no lado da "natureza" das coisas, que me perdoem, faz-me confusão esta moda cada vez mais em voga de relacionamentos com "mais do triplo da idade". É que não faltam, principalmente na "passarela do social"!
Sim, já sei que serei bombardeado com o tal: "o amor não escolhe idades", e por aí fora... E, reparem, nem me estou a referir ao lado homossexual da questão, que respeito, mas que estas relações me fazem alguma confusão, lá isso fazem. Fico com a sensação de que se tratam de relações interesseiras, quer de um lado, quer do outro... E contra isso, no que me toca, nada, mesmo não conseguindo abstrair-me ao "de leve" daquilo que a grande maioria pensa, ou seja, que algo correu mal naquele ninho de "interesses" ironicamente dourado pela não menos irónica "Big Apple".

Francisco Moreira

* Este texto não pretende, de maneira nenhuma, ferir susceptibilidades. Limitei-me a dar corpo àquilo que, nesta altura, acredito, fará quase tanta confusão como o próprio e triste acontecimento em si, ou seja, o relacionamento amoroso entre um idoso de 65 anos e um jovem de 21.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Fôlego

Estou a chegar à conclusão de que todos nascemos boas pessoas e que, com o decorrer das "pétalas" e dos "espinhos" da vida, acabamos por completar um circulo, regressando, no fim, ao início. Irónico, não?!
Como?
Simples. A vida vai-nos dando "truques" e "matreirices" que, com o decorrer dos anos, nos transformam em pessoas menos interessantes - enquanto conceito de humanidade, em termos de essência, embora´- há que assumi-lo (!), anunciemos exactamente o contrário, e achemos que somos cada vez melhores, como, dizem, o "Vinho do Porto".
Ou seja, só com o tempo aprendemos aquilo que, aparentemente, é do mais simples possível: por muito que, ao longo da vida, metamos na cabeça e nas acções que vamos evoluindo - e vamos, acabamos sempre por desejar voltar ao início, ao "renascer", só para se poder voltar a ser boas pessoas, mesmo que isso, no fim, implique trocar todas as "medalhas" do percurso pelo simples ser-se, ser-se o mais puro possível.
E porquê? Porque é isso que mais desejaremos no tal "último fôlego". Têm duvidas?!
Francisco Moreira

Bem-Bom

É sempre BOM quando sentimos que um dos nossos "filhos" ficam BEM entregues. E, logicamente - para quem tem andado menos atento, refiro-me ao "meu" Bar, o Vice Versa, uma casa que ajudei a criar e que, hoje, mais de uma década e meia depois, transferi para duas pessoas Amigas.
Fiquei feliz, ainda há pouco, ao ver nos olhos deles a vontade, o gozo e o orgulho em poderem passar a conduzir o destino de uma casa que faz BEM a tanta gente, uma casa daquelas que todos gostariam de ter, enquanto bar, daquelas que "já não existem" e que, acima de tudo, comprova, ano após ano, que, mais do que diferente, é verdadeiramente especial, uma casa que, também convém sublinhar, sempre foi deles, dos novos "condutores".
E é assim que a entrego: Especial, Especialíssima, como tanto desejei, como sempre sonhei, como BEM consegui, sem falsas modéstias.
Hoje, na tal "passagem de testemunho" simbólica, senti-me BEM comigo mesmo, senti-me confortável com as pessoas a quem entreguei as chaves e, não menos importante, senti-me bem acompanhado, algo que o Vice Versa sempre me proporcionou, nos tantos bons momentos e, claro, nos poucos menos bons instantes.
Não, não me apetece falar do "pós", pelo menos para já. Permitam que saboreie esta excepcional sensação de BEM-BOM, porque, afinal, a Vida também é feita de sabores... E que BOM que é sentirmo-nos BEM.

Francisco Moreira
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Tico e Teco

Não são raras as vezes em que me canso de pensar, em que me canso de explicar ao "tico e ao teco" - se é que eles existem (!?), que não têm que fazer horas extra nem tão pouco mostrar serviço, principalmente naquelas alturas em que o "sumo" pouco mais será do que um "azedo gasto por repetidamente estar fora de prazo".
Mas eles, os tais "tico e teco" - que raio de nomes (!) - continuam a tirar-me horas ao corpo, dias ao descanso, anos à vida, como se esse acto, pensar e voltar a pensar, encontrasse sempre respostas... Sim, eu sei, também as encontra. Mas, no caso concreto, refiro-me ao pensar por pensar, ao debater por debater, ao não dormir porque ali fica aquela incerteza, aquela falta de resposta...
E assim são muitas das minhas noites, ali, entre o sentir e o pensar, numa espécie de recreio onde o "tico e teco" alegam que se divertem, e pelos vistos muito, infelizmente à custa de um corpo que também precisa de mais tempo, inclusive para sonhar.

Francisco Moreira
terça-feira, 4 de janeiro de 2011

- Já tenho onde ir!

Muitos saberão que o Vice Versa Bar, durante mais de década e meia, foi a minha segunda casa, o palco que mais apreciei respeitar. Sim, escrevi bem, respeitar, tal como um Santuário. É que, a meu ver, os palcos, quando sentidos, não se pisam, erguem-nos, a nós, comuns mortais.
Há um mês que anunciei a difícil (de digerir e de gerir) decisão de sair. E fi-lo tal como prometi, tal como anunciei, tal como sempre quis, com a certeza de missão cumprida, e bem cumprida. É, tenho este defeito, o de sentir em grande, tal como se sente o Vice Versa, uma casa aparentemente pequena mas Enorme, principalmente graças pessoas que a ergueram tijolo a tijolo. Refiro-me, logicamente, à equipa, clientes e amigos.
Também por isso, nesta madrugada, entendo ser importante destacar que, enquanto um dos Pais do conceito Vice Versa, estou FELIZ por passar o testemunho a pessoas que gostam do Vice Versa tal como ele o É, ou seja, único, autêntico e muito especial.
É bom, incontornávelmente bom, sentir que o que ajudamos a criar, com o apoio e contributo de tantos, se manterá fiel aos seus princípios. É bom sentir que pessoas que nos são queridas continuarão o que semeamos e que farão tudo para manter a chama bem viva... Tão simplesmente porque o espírito ViceVersiano também lhes tocou, também os viciou, tal como a mim, como a tantos, tantos.
Hoje passei o testemunho do Vice Versa a pessoas que também vestem Vice Versa, a Amigos, a pessoas que querem muito lutar e trabalhar em nome de algo que só existe no Vice Versa, a autenticidade.
E para não me alongar muito mais, faço questão de expressar publicamente o meu apoio incondicional às pessoas que passam a tomar conta do nosso Vice Versa, a Maria José Guedes e o Pedro Ferreira, a quem desejo o Melhor naquele que, pelo menos para mim, é o Melhor Bar do País.
Francisco Moreira
* Finalmente, vou poder estar do "outro lado", aquele onde sempre sonhei poder estar, o do público, ou melhor, o da família ViceVersiana. Sim, eu vou estar no e com o Vice Versa.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Votos de Luz

Anda para aí cada vez mais gente a dar atenção à LUZ, e eu incluo-me nesse grupo, nesse gigante grupo, mesmo sendo (ainda!) um inculto no que à matéria diz respeito.

E porquê LUZ?! Será esta uma campanha consertada com uma qualquer "EDP" deste mundo de tanta gente muito, pouco ou nada iluminada? Claro que não.

Para mim, sempre que desejo LUZ a alguém, na verdade, e bem no fundo, pretendo apenas transmitir aquilo que desejo para cada um de nós, ou seja, que possamos ultrapassar o nevoeiro dos dias, certos de que há algo bem melhor ao fundo do túnel, algo que nos poderá iluminar ao ponto de percebermos que podemos e devemos ser muito melhores, connosco e com os outros, enquanto partes de um todo.

Francisco Moreira

Como quem não quer a coisa...

Este mundo anda cheio de fazedores de opiniões perigosas, daquelas que são vendidas e/ou emprestadas como se fossem originárias do povo, numa espécie de "apêndice iluminado" saído de uma qualquer conversa de esquina ou fila de hipermercado, ali para os lados de um qualquer televisor.
E - como dizia o outro - eles "andem aí", vangloriando-se nos seus salões dourados de mofo do que conseguem, quase sempre sem dar a cara, protegidos por um grupo de "pares" que, tal como eles, pouco se importam se o que jorra é sangue, suor e lágrimas... Desde que não seja o deles!
Por vezes, muitas - refira-se, chego à conclusão que somos umas autênticas marionetas, daquelas que acham que sabem tudo e que, verdadeiramente, não sabem nada. Ou melhor, que só sabem o que os outros - esses donos do saber levar, leviana e matreiramente, lhes incutem, como quem não quer a coisa...
Francisco Moreira
sábado, 1 de janeiro de 2011

Sábado à Noite



E este é o meu primeiro sábado à noite...
Para aqui... Entre o sentir e o desejar... Entre o estar e não estar... Estando.
Francisco Moreira

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