domingo, 24 de fevereiro de 2013

“Facão”


Lá nos finais da década de 70 e inícios da década de 80, uma das experiências que - infelizmente - me ficaram por concretizar (até hoje) foi a de querer ter sido e de não ter chegada a ser escuteiro. 

É, vá-se lá saber porquê, naquela infância de sonhos, nunca me cruzei com ninguém que me abrisse a via para ser escuteiro. 

E numa altura em que se celebra o escutismo (algo que respeito imenso, mesmo sem saber quase nada da “poda”), recuo umas boas décadas no tempo para lembrar que admirava imenso ter usado aqueles trajes, aquele laço… Nunca aconteceu, e tenho pena que não tenha acontecido, mesmo!

Mas, por outro lado, e eventualmente inspirado pelo escutismo, recordo a insistência com que implorei à minha mãe para que me oferecesse um daqueles facões especiais que os escuteiros (mais crescidos) usavam nas suas missões. Sim, aqueles iguais ao da imagem que aqui adiciono. 

Mesmo contrariada, a minha mãe lá me comprou um, vindo, salvo erro, de uma daquelas lojas ambulantes da festa do Sr. da Pedra, em Miramar. (prometi-lhe que não me aleijaria, e nunca me aleijei)

Já que não tinha conseguido ser escuteiro, ao menos tinha o facão, usando-o para cortar galhos de madeira e mais galhos de madeira, já que não me ocorriam outras utilidades que pudesse associar ao escutismo. (para mim, os escuteiros andavam sempre no mato, e sempre a fazer cabanas e fogueiras – risos)

Apesar de ser considerada uma arma, constava-se (consta-se ainda?), aquele facão acompanhou-me (a medo, o meu) para alguns lados, eventualmente para precaver a necessidade urgente em poder ter que o utilizar… Mas nunca foi preciso, inclusiva mais tarde, quando "espigadote", acampava junto à praia da da Madalena. (o facão foi sempre comigo)

E este era um facão pelo qual eu tinha respeito. Considerava-o uma peça importante, inclusive na eventualidade de poder ter que servir para confrontar “perigosos ladrões”. 

- Ai deles, se me aparecessem pela frente! (fugiria, certamente – risos)

Bizarramente, ou talvez não, esse facão mantém-se fiel, mesmo mais de 30 anos depois de me ter vindo parar às mãos. Está ali para um canto, algo enferrujado, mas pronto para entrar em acção, se necessário for. (sorrisos)

E o mais interessante é o facto de aquele meu primeiro e único facão manter a sua bolsa especial em couro, na qual ainda vigora a minha assinatura de então. Ou seja, a mesma com que assino estas crónicas. 

Kiko

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